Histórico
O Laboratório de História Oral do Departamento de História da UFSC–LABHORAL foi fundado em 1975, tendo como principais objetivos produzir, organizar, catalogar, e preservar o acervo de entrevistas realizadas por historiadores, alunos do Curso de graduação ou Pós-graduação de História.
Seu primeiro coordenador foi o professor Carlos Humberto P. Corrêa cujas áreas de interesse giravam em torno dos depoimentos que pudessem contribuir para o estudo da colonização estrangeira em Santa Catarina, bem como da história política republicana. Esta, não só em nível estadual, mas também visando suprir as lacunas historiográficas existentes em muitos municípios.
Durante a primeira etapa de suas atividades, até a organização de um catálogo em 1977, foram realizadas por volta de cem entrevistas, constituindo um acervo de mais de 1500 páginas datilografadas e possíveis de serem consultadas. Nessas entrevistas foram levantados dados referentes não só à Florianópolis, mas também a questões relacionadas à história de diversos municípios tais como Blumenau, Brusque, Criciúma, Gaspar, Itajaí, Jaraguá do Sul, Lages, Tubarão, Urussanga e outros.
Apesar da importância do trabalho desenvolvido nesse Laboratório, após a aposentadoria do professor fundador, ele ficou desativado durante alguns anos, tendo sido reaberto e reorganizado em 1999, pelo professor Marcos Vinicius de Almeida Saul, que esteve à frente de sua coordenação até 2003. Nessa segunda etapa de sua existência, a formação da continuidade do acervo passou a ser realizada pelas entrevistas resultantes da disciplina de metodologia de História Oral ministrada pelo coordenador do LABHORAL.
Desta feita, os temas dos depoimentos ficaram centrados, em sua maioria, nas questões relacionadas à história do trabalho e sindicalismo. Outras temáticas do acervo se constituíram em torno dos interesses dos temas escolhidos pelos alunos na realização de seus trabalhos de conclusão de curso, podendo ser citadas desde questões relacionadas à educação, eletrificação rural, construção naval, escravidão, congregações religiosas, memórias de caserna, movimento estudantil, golpe de 64, racismo, maus tratos infantis, capoeira, tropeirismo, arte, teatro, rádio, televisão, carnaval, cinema, artesanato e outros aspectos culturais de Florianópolis.
Em março de 2004 assumiu a coordenação a professora Liane Maria Nagel que se propôs a regulamentar e dinamizar as atividades do Laboratório, integrando-o ao Programa de Pós-Graduação do Departamento, oferecendo assessoria através de projetos de extensão, bem como a realização de seu próprio projeto de pesquisa. Por outro lado, procura-se participar em eventos como congressos, seminários e jornadas de estudos que visem discutir questões relacionadas à história oral bem como apresentar trabalhos que possam divulgar resultados de estudos, pesquisas e práticas, estabelecendo possíveis intercâmbios.
A integração entre Graduação e Pós-Graduação assim como o atendimento aos alunos da graduação é efetuada através da assessoria aos mestrandos e doutorandos seja nas questões relacionadas à metodologia da História Oral, empréstimo de bibliografia relacionada ao tema, empréstimo de materiais gerais (entrevistas do acervo ou equipamento necessário à realização de suas entrevistas).
Contatos com outros cursos da UFSC também vêm sendo feitos no mesmo sentido, oportunizando a divulgação das questões metodológicas que envolvem nossas propostas. Nesse sentido a professora Liane Maria Nagel já se fez presente em atividades relacionadas ao tema juntamente com a professora Fátima Sabino, do curso de Pedagogia. Participou também em atividades do Curso de Pós-Graduação do Direito, por convite da professora Thaís Collaço, em 2004 e 2005 e 2008.
Atualmente está sendo realizada uma reclassificação do acervo constituído por volta de 600 entrevistas gravadas e transcritas bem como por gravadores, fones para transcrição e outros equipamentos, a maior parte deles disponibilizados, através de um sistema de empréstimo, para os alunos. Por outro lado, com o estabelecimento da disciplina Laboratório de História Oral do novo currículo, dada um semestre ao ano, visa-se preparar os alunos para trabalhar com essa metodologia, bem como com as atividades do próprio laboratório.
Essa reclassificação das entrevistas pretende ter como resultado a elaboração de um novo catálogo, para facilitar as consultas e divulgar o acervo existente mantendo-o atualizado. Colaboram para isso alunos bolsistas que trabalham também no atendimento ao público que freqüenta o Laboratório.